Você pode até achar que não fez o que
deveria ter feito, que não aproveitou bem o que deveria ter aproveitado. Você
pode se sentir decepcionado ou inútil por não ter inventado a lâmpada que nunca
se apaga, por não ter descoberto a vacina que cura todas as doenças, por não
ter projetado o carro movido a água. Você pode sentir que não criou
expectativas suficientes. Ou pior, que não correspondeu a tudo aquilo que suas
expectativas te exigiam.
Mas quer saber?! Expectativas são
criadas por outros que não sabem de nada do que verdadeiramente necessitamos.
Por outros que, há todo instante, repetem em nossa consciência como um mantra
de terror: “você tem que fazer”, “você precisa fazer”, “fazer... fazer...”
Fazer o que? Pra quem? Porque?
Se pararmos bem pra pensar, passamos a
maior parte das nossas vidas deixando de fazer as coisas que realmente
importam, para satisfazer as expectativas e necessidades impostas por outros.
Por isso coisas que deveriam ser tão simples e prazeirosas, se tornam fardos
pesados demais para se carregar, como o estudo, a fé, o laser, a arte... até
ficar dentro de casa se tornou um fardo.
Talvez seja a hora de reaprendermos a
saborear e sentir saudade do que realmente importa, daquelas pequenas coisas
escondidas nas expectativas desnecessárias, de sermos o que precisamos ser e
não o que os outros querem que nós sejamos.
Não estamos nem na metade da
quarentena. Ainda temos tempo...
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