A
morte, assim como qualquer outra experiência humana, é vivida de formas
diferentes, de acordo com cada expressão cultural. Para nós brasileiros,
marcados pela cultura judaico-cristã, a morte é cercada pelo sofrimento, pois é
como se a vida terminasse com ela. Mas não ficamos no vazio do sofrimento.
Esperamos e cremos em uma vida para além da morte. Por isso que, para nós, os
serviços funerários existem com a finalidade de oferecer conforto para a
dor da perda de um ente querido.
Em
outras culturas, porém, a morte é uma experiência completamente diferente. Em
alguns povos orientais, o defunto continua fazendo parte da família. Depois de
morrer a pessoa é mumificada e continua sendo cuidada pela família.
Em
outras culturas, por exemplo, como acontece em muitos povos africanos, a morte
é um momento de júbilo, de alegria, de festa. Como se, na verdade, a vida
começasse com ela.
É
em uma dessas culturas africanas que um grupo funerário surgiu para inovar
criativamente o momento da morte. Eles são de Gana, nação da África Ocidental,
e oferecem serviços funerários de acordo com o pacote solicitado pela família.
As performances dependem do pacote solicitado e pago, obviamente, porque
independente da cultura, a necessidade de lucrar com a morte (seja ela alegre
ou triste) perpassa as particularidades culturais. Mas foi por causa desse
grupo de Gana que o meme viralizou na Internet. E é bem provável que
tenha viralizado particularmente naquelas culturas que acharam a situação
engraçada ou estranha, simplesmente porque é apenas diferente.
Talvez,
para muitas culturas diferentes da nossa, um vídeo de um grupo de pessoas
chorando em torno de um defunto num caixão seja igualmente engraçado ou
estranho. O importante é não acharmos que somente a nossa expressão cultural é
a correta.
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