Dizem que a Vida
só é possível de ser vivida compartilhada.
Não gosto de pensá-la – a Vida –
apenas como um instante de troca
ou doação, que seja...
Muito menos de vivê-la
como um hábito de encontros e desencontros,
de reencontros e despedias,
de desejos doados e vazios preenchidos...
Não! A Vida não é apenas isso,
a Vida é tudo isso,
e mais um pouco,
muito mais...
Desejava existirem palavras possíveis
de preencherem vazios imensos,
aqueles que nos alcançam
como um abraço apertado de dor,
onde o silêncio nos beija
como a única possibilidade
de uma Vida vivida com paixão...
Conheci vastos mares de silêncios e solidões.
Andei por caminhos que não se acabam,
e ainda ando, com os pés descalços,
mesmo que muitos digam que é em vão...
Sonhei com as flores do campo
repletas de belezas,
sem saber onde pisar ou como colher...
Chorei e sorri sozinho,
com Deus e sem Ele...
E antes de esta mesma Vida ter-me desfeito,
naquele silêncio que se dissolve nas palavras,
conheci a importância de falar para calar.
Foi então que entendi
que a saudade é apenas uma palavra...
Uma palavra carregada de sentido,
cheia de carne e sangue.
E que o Amor
é aquela força transformadora
que nos tira de dentro de nós mesmos
para nos jogar dentro de tudo,
e nos transformar em absolutamente tudo...
E foi assim,
que conheci uma vida cheia de sentido.
Conheci o Amor, meu Amor, Minha Vida...
Aprendi que na sua fragilidade
é preciso respeitar o que o silêncio grita,
e chorar junto quando for preciso...
E mesmo sem saber como,
ou onde, e a que distância,
cuidar para que o Amor e a Vida
não se percam no esquecimento de uma solidão morta,
mas que sejam cuidados a cada momento de encontro
simplesmente para que sejam eternos enquanto durarem...
José Wilson Correa Garcia
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