Bianca
(@bia_liraa) foi minha aluna. É um desses seres humanos que a gente sente que
está no mundo por um motivo maior do que podemos imaginar. Está fazendo
psicologia e nunca poderia imaginar outra profissão melhor pra ela.
Ontem me mostrou um texto que estudou em uma aula, onde o autor faz uma leitura
psicanalítica da crise causada pela pandemia do coronavírus. Foi o pontapé para
uma conversa importante para mim e talvez seja para você que está lendo e
esteja com o coração e a mente sofrendo com tudo isso. Por isso, separei
os trechos que mais me marcaram:
“Sim!
É muito incrível, porque no texto ele diz que para além do corpo, essa doença
tira de nós, nossa identidade.”
“Assim como ele também diz que é natural do ser humano, diante de algo desconhecido, buscar abraço. E isso é justamente o que não podemos fazer.”
“É desesperador, porque o sentimento de impotência tende a tomar conta de nós. E sem um abraço pra acalmar ou um aperto de mão pra sentir o outro ali, lutando também, dá uma sensação de ‘é cada um por si’.”
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Eu disse como me sentia, navegando as vezes entre esperança e outras vezes na
falta dela.
Ela
continua: “Estou sentindo o mesmo. Por vezes, me pego esperançosa que isso é
uma fase, que passará. Outras vezes, sinto uma falta de ar imensa, como se
estivesse cercada pelo vírus, literalmente e não só geograficamente.”
“É
difícil porque antes de chegar ao corpo, a doença chega à mente. E começa o seu
trabalho lá.”
Eu:
As vezes eu vejo sendo noticiado o contágio de gente conhecida e rica (que tem
facilidade de fazer o exame) e fico pensando se o vírus já não está mais perto
do que esperamos, no povo simples que está em casa apenas esperando os sintomas
mais sérios se manifestarem. Caso se manifeste... se não, a vida continuará.
Ela
termina: “Sim, acaba que durante esse período de isolamento, pensamentos como
esse surgem. É preciso cuidado. Cuidado para não cair nas armadilhas da mente.
Cuidado pra não deixar que o vírus chegue nela.”
“Só queria que as pessoas entendessem a gravidade, para obedecerem.”
Obrigado,
Bianca!
Amo você!
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