quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Crônica da “visita” de bolsonaro à Russas-Ceará: estruturas físicas e ideológicas de controle, manipulação e intimidação.

Russas, pela segunda vez, recebeu a visita de um chefe de estado em exercício. A primeira foi em 1998, quando a cidade recebeu Fernando Henrique Cardoso, para um evento de destinação de recursos para o “desenvolvimento” do agro/hidro negócio. No dia 20 de Outubro de 2021, foi a vez de jair messias bolsonaro, que veio para um evento com o mesmo caráter, mas com uma estrutura física e ideológica bem diferentes.

No Brasil os protocolos de segurança para eventos que envolvem o chefe do estado sempre foram megalomaníacos. A ideia é sempre parece tudo maior, mais forte, mais poderoso do que se é. Porém, neste atual governo, somada a essa estratégia megalomaníaca histórica, há um acréscimo ideológico claramente usado. Tudo parece ser pensado com uma finalidade clara de controle, manipulação e intimidação. É isso que tentarei mostrar.

Dias antes do evento forças de segurança já eram vistas na cidade se movimentando para reconhecimento de área. A estrutura física do palanque começou a ser montada três dias antes, na principal praça central da cidade. Na véspera, chegou carros das diversas forças de inteligência, saúde e segurança: exército, batalhões táticos e especiais, polícia federal, polícia civil,  polícia militar, UTI’s móveis e ambulâncias dos serviços de saúde federal, estadual e municipal.

No dia do evento o centro da cidade e o campo onde chegaria o helicóptero com o presidente, pelo menos num perímetro de 1 quilômetro de distância do palanque, estavam todos interditados com barreiras de segurança e guardados por forças da guarda municipal, agentes militares do batalhão local e muitos jovens vestidos de preto fazendo a segurança nas barreiras. Este último grupo me chamou atenção e perguntei a um dos rapazes que estava me olhando com desconfiança do que se tratavam ser esses jovens. Ele me disse que foi um “batalhão” de “voluntários” escolhidos para compor o aparato de segurança do evento.

Na praça central, onde estava o palanque, as barreiras foram colocadas a uns 50 metros de distância do entorno. Pouco antes do evento, quando me aproximava, um segurança solicitou que eu fosse para a outra rua, onde as pessoas estavam sendo revistadas para me aproximar. Fui para o local e não vi nenhuma revista. O palanque na praça tinha uma estrutura coberta com capacidade para comportar, possivelmente, uma média de mil pessoas embaixo do toldo. Esta estrutura pareceu fisicamente pensada e montada para ter uma função de aglomerar uma quantidade pequena de pessoas, embaixo do toldo e nas barreiras em forma de cercado em volta, ao mesmo tempo possibilitando uma impressão de multidão.


Uma hora antes da chegada do presidente, tinha mais segurança e espaço vazio do que gente. Uma fila de uns 200 metros, onde as pessoas, empilhadas e fantasiadas de verde e amarelo, esperavam debaixo do sol quente para serem revistadas e entrarem na estrutura coberta em frente ao palanque. Na revista deste local, escutei algumas reclamações de pessoas que não puderam entrar com bolsas, bandeiras ou nada que pudesse esconder algum objeto que pudesse ser supostamente usado ou arremessado contra o palanque. A estrutura, somente do palanque, estava rodeada nas laterais e por trás, de placas pretas que impossibilitava qualquer aproximação ou campo de visão onde estaria o presidente e sua comitiva. Até a escola estadual, onde o palanque estava montando quase encostado, foi obrigada por forças “ocultas”, a cancelar as atividades educativas no dia. No palanque mesmo só um púlpito no centro com o microfone.

No local da chegada e no entorno da praça, ambulantes vendiam camisas temáticas de super-heróis montados com o presidente. Tinha “homem de ferro”, “capitão américa”, “deadpool”, “robocop” e outras bizarrices mais feitas com a cabeça de bolsonaro. Como de costume, em eventos bolsobaristas, camisas da seleção brasileira de futebol e outras verde amarelas, bandeiras do Brasil amarradas nas costas e um grupo relativamente tímido perambulava pelo entorno. Com a proximidade da chegada do presidente algumas pessoas pareciam ficar mais eufóricas e agitadas, gritando as palavras de ordem já bem conhecidas.

Tudo em volta sugeria um ambiente de veneração à figura de bolsonaro. Não se viam manifestações em favor de um projeto de Brasil ou o desejo de ver os preços dos alimentos, do gás ou do combustível diminuírem. Perguntei, aleatoriamente, a um jovem, um homem e uma mulher devidamente trajados de verde e amarelo o que ia acontecer no palanque. Os três, sem pestanejar e sem conhecimento de mais nada, responderam que era a visita de bolsonaro. Ouvi outros se apegarem a ideia de que os minutos de presença do presidente em russas iriam mudar a história da cidade. Fiquei me perguntando se estes conheciam a história de projetos governamentais, do tipo que estava sendo assinado, na região do Tabuleiro de Russas. Das consequências de tais iniciativas para a vida do pequeno agricultor de comunidades tradicionais situadas naquela região.

O momento da chegada dele foi marcada pelo frenesi de costume que só comprovou o que observava anteriormente. A comitiva, que passou por algumas ruas desde o local de chegada até a praça, foi recebida com gritos de histeria que parecia mais um espetáculo musical. Em nenhum momento bolsonaro e sua comitiva foi vista usando máscaras. Sua fala foi feita a partir do púlpito, sem máscara, ao lado de uma criança vestida com a farda do exército. Usando um discurso populista superficial de costume, bolsonaro também tocou em promessas sobre aumento de auxílios e auto-promoção, terminando com o bordão pseudo-religioso e pseudo-nacionalista que todos conhecemos. Como se não bastasse, tentou imitar, de uma forma constrangedoramente ridícula, um grito típico cearence.

A “cerimônia” acontecida no palanque transcorreu como de costume em todo espetáculo. Os únicos gritos que mais se escutavam era de “mito” e as gritarias sempre aconteciam depois de uma frase ou palavra de impacto de quem quer que fosse. De conteúdo mesmo as únicas explicações dadas sobre as ordens de serviço que ali estava sendo assinadas foram os 3 vídeos institucionais passados que, diga-se de passagem, também foram produzidos com finalidades propagandistas do governo e de encher o tempo com alguma coisa a mais pra entreter os presentes. As falas, sem nenhuma exceção, foram vazias e aleatórias. O prefeito da cidade, filiado ao partido que se opõe radicalmente a bolsonaro, era o único no palanque que estava de máscara. Diferentemente do governador do estado, que nunca fez questão de estar em eventos com o presidente, o prefeito de Russas, talvez, tenha aceitado o fato de não ter capital político e ideológico suficientes para confrontar a estrutura de poder que ali se impunha. Aliás, para municípios pequenos e interioranos como Russas, é difícil encontrar uma ação de confronto eficientemente organizada para se impor diante de um chefe de estado. Tudo no palanque terminou em 15 minutos. Toda aquela estrutura a serviço de 15 minutos.


A única manifestação confrontando o governo bolsonaro e defendendo um projeto para o Brasil aconteceu a quase 1 quilômetro de distância do palco. Era um grupo de dezenas de pessoas de diversas procedências, principalmente jovens. No dia anterior, três destes participantes estiveram se manifestando onde o palanque estava sendo montado. Alguém, que assumiu para si o papel intimidador do evento, ligou para a polícia militar que, prontamente, foi abordar os jovens em busca de sabe-se lá do que. De fato, toda aquela estrutura também foi estrategicamente pensada para intimidar. A manifestação contrária não poderia, nem seria prudente se aproximar de um curral cercado por histéricos e fanáticos.

Infelizmente as forças progressistas de Russas, reflexo do que acontece nacionalmente, ainda permanecem dispersas em bandeiras também dispersas. Estamos engatinhando para um processo de mobilização coletiva. O ensaio de uma unificação em torno da queda do governo bolsonaro, apesar de legítima e importante, pode, mais uma vez, se transformar em apenas gritos dispersos e tentativas monopolizadas de imposições de poder pelo poder.

A imprensa local, no dia anterior, também foi informada de que não poderia transmitir o evento, uma vez que a transmissão oficial ficaria a cargo do maior grupo de comunicado do Estado. De qualquer forma, a tentativa de proibir veículos de comunicação locais não se concretizou e nem poderia. Por isso, alguns dos veículos de comunicação e jornalistas locais, através de uma pequena e limitadora estrutura reservada à imprensa, fizeram suas transmissões, mesmo que de forma limitada a um espaço tão pequeno. A mensagem foi clara: mostrar o que era permitido pelo governo através da tentativa de um controle ideológico da imprensa.

Todos, absolutamente todos os governos brasileiros usaram de estratégicas de aparelhamento do Estado com finalidades das mais diversas, isso é um fato. Porém, em determinados momentos de nossa história esse aparelhamento foi estrategicamente usado com finalidades claramente antidemocráticas, que conjugavam métodos de controle, manipulação e intimidação. Os regimes ditatoriais de nossa história usaram dessas mesmas estratégicas e, depois de décadas de experiência democrática, vemos um governo repetir os mesmos equívocos, assustadoramente sendo aceitos de forma tão “normal”. Toda uma estrutura, que custou no mínimo uns 2 milhões de reais somente aqui em Russas, sendo usada para dar ao presidente seus minutos de “fama” e populismo, poucos meses antes de sua possível candidatura à reeleição.

Apesar de tudo, fiquei feliz em perceber que, no fim das contas, a esmagadora parcela da população russana não se deu ao trabalho de sair de suas casas e atividades para fazer coro ao evento. Na verdade, os poucos que estavam ali, na sua maioria pessoas de outras cidades e outras “envolvidas” no evento, apenas ajudaram a compor o ambiente estrategicamente pensado para parecer maior do que é. Russas, assim como outras cidades de um Nordeste cansado de políticos como bolsonaro, deu seu recado: o nordeste não é curral e cercadinho de bolsonaro. Que este recado chegue até às urnas em 2022.


Por, José Wilson Correa Garcia.
Filósofo e Cientista Social.
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quinta-feira, 22 de abril de 2021

A SAUDADE DO SOFRIMENTO

Já repararam que quando a gente sente saudades, de vez em quando, sentimos de algo que nos fez sofrer? Vou tentar explicar...

Eu, quando criança, sofria quando ia pra escola. Queria permanecer brincando e feliz. Sentia que a escola não era lugar de felicidade. Depois de adolescente e jovem o sofrimento continuou. E nas constantes reclamações escolares sempre escutava meus professores dizerem que sentiria saudades da escola. Mas nunca acreditei neles. Até que cheguei na faculdade e a saudades da escola apareceu.

Depois de adulto, quando me tornei professor, passei a falar exatamente as mesmas coisas pros meus alunos. E eles nunca acreditam. Isso porque a saudade só existe na distância. É preciso sair da escola para sentir. Não seria assim com tudo?

Lembro que na família, quando éramos crianças, os domingos à noite eram momentos de sofrimento. A vinheta do programa Fantástico anunciava a segunda feira que chegava com uma nova semana de estudo... e sofrimento. Hoje eu daria tudo pra voltar em uma noite daquelas de domingo, quando estávamos juntos em casa assistindo televisão. Hoje sinto saudades destas pequenas felicidades que não posso ter mais, porque passaram.

Recentemente, conversando com duas amigas, perguntava a elas porque a gente às vezes sente saudades de algo que nos fez sofrer no passado. E elas diziam uma coisa que me fez pensar. Talvez sintamos saudades porque no passado aquilo que a gente acreditava que era sofrimento, talvez não fosse. E nossa compreensão do presente nos fez entender que o sofrimento do passado, na verdade, eram instantes de felicidade, que hoje sentimos saudades.

E fiquei pensando nessas peças que o tempo nos prega. Gastamos boa parte do tempo de nossas vidas reclamando dos sofrimentos que vivenciamos no presente, grandes ou pequenos. É óbvio que algumas coisas que nos fazem sofrer machucam de verdade: o corpo, a mente, o espírito. E reconhecemos a felicidade quando nos distanciamos deles. Mas será que, em muitos casos, não reclamamos desnecessariamente? É como se fôssemos sempre um pouco ingratos com a vida que temos, incapazes de olhar as coisas como graça ao invés de olhar sempre como maldição.

A saudade é a prova e o reconhecimento da felicidade que tivemos. No passado, não soubemos valorizar aqueles instantes de felicidade que pensávamos ser sofrimento, porque não éramos quem somos hoje. E isso pode nos ajudar a mudar completamente a forma como lidamos com os instantes presentes de nossas vidas.


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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

A CULTURA DA COVID-19 E A NATUREZA HUMANA

 Por, Luís Michel Françoso.

 

Imagem de microscópio do novo coronavírus.
Fonte: https://www.dw.com/pt-br/sobe-n%C3%BAmero-de-casos-suspeitos-de-coronav%C3%ADrus-no-brasil/a-52221386

Em recente entrevista ao programa Roda Vida1, o presidente do STF (Superior Tribunal Federal), Dias Toffoli2, reivindicou a figura do antropólogo Lévi-Strauss3 para declarar que “a democracia não é um dado da natureza, a democracia é fruto da cultura humana...”. A fala tornou-se emblemática, pois tergiversa a pergunta do jornalista ao questionar o atual estado de solidez da democracia no Brasil.

Ao opor natureza e cultura, Toffoli procurou relativizar a deterioração da democracia com o subterfúgio de que as coisas da cultura estão sujeitas aos humores do destino, seriam indomáveis, diferente das coisas da natureza, que seriam imutáveis. E assim, nas entrelinhas, a selvageria dos animais políticos parece ser justificada e incorporada nas contingências da cultura, no caso, a democrática.

Oportuno resgate da distinção entre natureza e cultura, pois os coronavírus parecem desautorizar expectativas sobre limites entre estes pólos. Vindos do mundo selvagem, os coronavírus adentraram a vida humana tendo sido tomados como invasores do mundo biológico. Porém, foi nosso modo de vida que, em constante expansão, avançou sobre habitats naturais e impôs uma cultura de dominação.

Exemplo deste fenômeno são as intervenções coloniais europeias no continente africano no início do século XX. O surgimento do vírus HIV se iniciou na cidade de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, por volta de 1920. Seu aparecimento ocorreu em meio ao contexto da construção de ferrovias e de cidades por colonos belgas, como desdobramento das imposições coloniais europeias4. Estas alterações criaram o contexto que proporcionou que um vírus presente em macacos se adaptasse para infectar humanos, o que deu início a uma primeira contaminação nas cidades conectadas por esta ferrovia.

Do mesmo modo, a atual biopandemia por Covid-19 é o resultado de um mecanismo em que um vírus presente em animais selvagens se adapta a ponto de poder infectar seres humanos. Desta interação forçada ocorre um fenômeno denominado de ultrapassar a barreira de espécie5.

Desde a invenção da agricultura e das técnicas de domesticação dos animais, a partir da revolução neolítica, o ser humano altera matas nativas e estabelece relações forçadas com outros animais, até então distantes do nosso convívio. Desta interação ocorre, por vezes, a transformação de microrganismos (a priori benignos em seu habitat natural) em agentes patogênicos6. Ao longo do tempo, por exemplo, das vacas herdamos o sarampo e a tuberculose, dos porcos a coqueluche e dos patos a gripe7.

Atualmente, a destruição destes habitats vem sendo favorecida pelo aumento da população humana e pela intensificação da produção animal, tal como aponta Janice Reis Ciacci Zanella, pesquisadora da Embrapa, em estudo8 sobre suínos e aves. Conforme afirma Zanella, em 2009, a USAID9 revelou que mais de 75% das doenças humanas que surgiram no século XX são de origem animal.

O excessivo consumo de carne, por sua vez, vem forçando o aumento de áreas para criação de gado (a área total já devastada para esta finalidade corresponde ao tamanho do continente africano)10. No interior destas populações de animais confinados para o abate, cria-se um cenário ideal para a geração de vírus, ao custo do contínuo abatimento de animais infectados e potenciais riscos a humanidade.

Outras causas ainda são o aquecimento climático, exploração de novas fronteiras agrícolas e a introdução de vetores em contexto urbano, como roedores e mosquitos. O crescimento das cidades atingiu níveis alarmantes desde 2007. Das 7,7 bilhões de pessoas existentes no mundo, 4 bilhões vivem em 1% da massa terrestre do planeta11. Há mais gente morando em núcleos urbanos do que fora deles.

Concomitante à atual biopandemia, ocorre o aumento no contágio de doenças infecciosas causadas por vírus, bactérias e parasitas através da interação entre seres humanos e outros animais.

Um olhar para a biopandemia enquanto fenômeno cultural pode permitir corrigir o ilusionismo de Toffoli em querer relativizar cenários de destruição. Ao invés de uma guerra contra a implacável natureza de um vírus, que só nos quer fazer morrer, estamos encarando os efeitos da reprodução de uma cultura destrutiva que impomos aos outros seres vivos da Terra.

Observar a biopandemia de Covid-19 enquanto um fenômeno cultural faz surgir questionamentos sobre a aceleração do desmatamento, da urbanização, do agronegócio, do modelo latifundiário e industrial12. Enfim, a reprodução do modelo de desenvolvimento predatório e o atual ataque à democracia apontam para o mesmo lugar: a degradação da vida.

Luís Michel Françoso é antropólogo, professor e mestre em Ciências Sociais pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Unesp – Araraquara (SP).

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1 Programa de entrevistas da TV Cultura exibido em 11 de maio de 2020.

2 José Antonio Dias Toffoli é um jurista e magistrado brasileiro, atual ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal.

3 Claude Lévi-Strauss, antropólogo belga, referência no debate sobre as noções de natureza e cultura. Faleceu em 2009.

https://brasil.elpais.com/brasil/2014/10/02/ciencia/1412260639_097968.html

5 Viroses emergentes e reemergentes http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2001000700031

6 Organismo capaz de gerar doenças infecciosas.

https://diplomatique.org.br/contra-a-pandemia-ecologia/

8 Zoonoses emergentes e reemergentes e sua importância para saúde e produção animal, disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pab/v51n5/1678-3921-pab-51-05-00510.pdf.

9 Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional

10 George Monbiot, “There’s a population crisis all right. But probably not the one you think” [Sim, há uma crise populacional. Mas, provavelmente, não aquela em que você está pensando], The Guardian, 19 nov. 2015.

11 Reportagem da BBC Internacional de 01 de fevereiro de 2020 aponta que Wuhan, na China, foco inicial do atual surto de coronavírus é um ponto de referência na circulação de pessoas: “Wuhan é a principal estação do serviço ferroviário de alta velocidade da China, e o vírus chegou no momento em que o país estava prestes a realizar a maior migração humana da história — mais de três bilhões de viagens são feitas pelo país na época do Ano Novo Chinês”. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51296088

12 Para mais informações o interessante artigo do Le Monde Diplomatique. https://diplomatique.org.br/contra-a-pandemia-ecologia/

 

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