domingo, 18 de junho de 2017

SOBRE A FELICIDADE

Hoje, na vinda de Flores pra Russas, me peguei pensando na Felicidade. Talvez tenha sido o cheiro de mato do caminho. Já explico porque.

O fato é que desejei uma coisa. E, ao longo do percurso, fiz um acordo com Deus, daqueles que a gente só faz quando é criança: daria 10 anos de minha vida em troca de um fim de semana em Camurugi.

Camurugi é um bairro bem distante da sede do município de Guarapari, cidade onde nasci. A família sempre revezava os encontros indo pra lá, passar o fim de semana na casa de Padrinho Ricardo. Era um lugar lindo, no meio do mato, ao lado do manguezal... distante de tudo, mas próximo do céu. A família toda reunida. A gente, ainda criança, tínhamos uma liberdade escandalosa. Subíamos nas árvores pra comer frutas silvestres. Lembro perfeitamente do gosto do araçá, da romã, do jambo. No caminho para o banho no mangue, através da trilha rasgando o meio do capinzal, sentíamos o cheio do mato e das ervas que só Deus sabe o nome.

Foi esse cheiro que senti hoje. Foi essa Felicidade que desejei trocar por 10 anos da minha vida. Não porque eu esteja infeliz com os 10 anos que desejei trocar, mas porque meu conceito de Felicidade não é ter grandes coisas: fortunas, bens, prazeres. Meu conceito de Felicidade é esse: recuperar as simples, pequenas e efêmeras coisas que guardamos na memória do coração. E só lembramos quando Deus nos visita em forma de cheiros...


Nenhum comentário:

Postar um comentário