Uma Eterna vez
uma amiga minha
que falava de silêncio
e seus antagonismos,
como aquela tensão necessária
entre o que se cala – e
sabe-se calar –
e o que se fala – e sabe-se
falar –.
Duas forças naturais,
ao mesmo tempo em que
contraditórias e
necessárias...
Contraditórias por que
em circunstâncias mal
entendidas
uma pode matar a outra.
Necessárias por que
o que se cala e o que se fala
podem,
e oxalá precisem,
comunicar da sua forma,
o essencial e eterno da Vida...
Tanto uma como a outra
podem tornar-se fuga
desse eterno escondido em
cada coisa.
Para fugir,
basta apenas falar quando
deve-se calar,
basta apenas calar quando deve-se
falar.
A nós - aos intensos -
basta saber do antagonismo do
silêncio
no momento que calamos,
basta conhecer o paradoxo do
dito
no momento que falamos.
Talvez o mais importante seja
isso:
Saber por que se fala...
Saber por que se cala...
Na noite, em que os anjos
parecem calar e falar,
calo-me diante das verdades
eternas
de um coração amigo...
Calo,
por que por que aprendi que
preciso falar...
Falo,
por que aprendi que preciso
calar...
E assim, descobrimo-nos
capazes de criar, como Deus...
Simplesmente por que:
“Somos fecundos apenas ao
preço
de sermos ricos em
antagonismos”
José Wilson Correa Garcia
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