Um poesia de Pedro Casaldáliga que sempre ajuda a alimentar a Vida em horas críticas onde a falta de esperança e sentido parecem nos engolir com sua boca enorme. Instantes em que desejamos aquela Paz misteriosa que brota do alto e se enraiza neste chão que a gente pisa com os pés descalsos...
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Dá-nos, Senhor,
aquela Paz estranha
que brota em plena
luta
como uma flor de
fogo;
que rompe em plena
noite
como um canto
escondido;
que chega em plena
morte
como um beijo
esperado.
Dá-nos a Paz dos que
caminham sempre,
nus de toda vantagem,
vestidos pelo vento
da Esperança.
Aquela Paz dos
pobres,
vencedores do medo.
Aquela Paz dos
livres,
amarrados à vida.
A Paz que se partilha
na igualdade,
como a Água e a
Hóstia.
A Paz do Reino, que
vem vindo,
inviável e certo.
Dá-nos a Paz, a outra
Paz, a tua,
Tu que és nossa Paz!